Thursday, September 28, 2006

Quis ser tudo…


Já quis ser cabeleireira, médica e advogada…

Já quis ser inesquecível para alguém…

Já senti o vento com sabor a liberdade…

Já sonhei ver um pôr-do-sol com alguém que eternizasse esse momento…

Já desejei ficar eternamente numa praia…

Já falei sozinha com as paredes nuas de vida…

Já fiz confissões impensáveis…

Já ri até não aguentar mais…

Já me escondi num recanto deserto…

Já me molhei á chuva…

Já confundi sentimentos…

Já subi uma montanha…

Já olhei a cidade de cima e não encontrei o meu lugar…

Já cai…

Já morri…

Já renasci…

Já tentei ignorar sentimentos…

Já tive medo do escuro…

Já gritei de saturação…

Já chorei até adormecer…

Já falei com a lua…

Já acreditei em muita coisa…

Já quis ser tudo, e tanto ainda por concretizar…



É engraçado não é? A vida é feita de pequenas coisas que a tornam tão especial…

O mundo tem um pouco de tudo.

Wednesday, September 27, 2006

Conto de fadas

“Era uma vez… e viveram felizes para sempre.”

Eis as palavras típicas das muitas histórias que ouvi em pequena. O mais engraçado é que desde cedo, todos os finais felizes das histórias me enervavam. E com razão. Detesto a mentira.

A vida não é um conto de fadas, não é nada do que sonhamos. Vem sempre algo que nos trama os planos, o amor etc, etc.

O mais engraçado é que sempre se vive na ilusão desse sonho. Por momentos vive-se o sonho de fadas, mas a realidade é crua e dura, e depressa nos faz despertar.

Óbvio que é muito mais “saudável” ao coração e à mente viver a ilusão do que cair na realidade. A dor sempre será aliada da realidade. E tudo porque há uma certeza cruel: nada é eterno. Tudo é efémero. Até mesmo o Amor que é a base de todo o ser humano.

Surge assim um dilema, á qual não encontrei ainda resposta. Usei a escrita para ir seguindo uma linha de pensamento. A ver no que dá.

O amor é cego. Desde cedo se soube disso, no entanto insiste-se no sonho da princesa e o seu príncipe. É sempre tudo maravilhoso, ou grande parte. Investe-se a vida com um ser que se julga conhecer. Talvez se conheça mesmo, mas como se sabe, vem sempre a mudança. O mundo é assim mesmo. A evolução persiste.

Pergunto-me até que ponto o amor será verdadeiro. Tudo pode ser fruto da ilusão ou da cegueira que a miragem do amor possa patentear.

Julgo ser um risco que todos tomam.

Quem sabe se o amor não é mesmo algo muito real, mas que com o tempo se vai desgastando derivado da mudança, do decrépito e da monotonia dos dias.

Subitamente fui invadida por inúmeras questões que aposto que a vida um dia me dará resposta.

Até que ponto se deve viver a ilusão? Até que ponto se deve viver a realidade?

O apaziguar da dor sempre é um remédio do sofrimento, e com isso, a ilusão ajuda. Sem dúvida o sonho, é o remédio do sofrimento, em grande parte.

Até quando se deve viver na história do faz de conta que tudo é lindo e feliz?

Não sei mesmo. Presumo que tudo é um risco, incerto, um acto de coragem. Há apenas que tentar seguir a vida na melhor forma que achamos possível. Decidindo as coisas não só com o coração mas também com a cabeça. E acima de tudo, sendo nós próprios, ignorando o que os outros possam pensar ou achar.

Antagonismos como amar/odiar, casar/divorciar, felicidade/infelicidade, alegria/tristeza, vida/insipidez e muitos outros, são algo que sentimos e vivemos consoante a nossa filosofia de vida e as nossas forças.

É vendo casos de outras pessoas que questiono até que ponto valerá a pena investir numa relação e numa entrega. Mesmo sabendo que ninguém é de ninguém, e sentindo-se a certeza de que muito é garantido. Mas mais uma vez, as coisas são como são. Efémeras, incertas, transitórias.

A história da vida não é tão cor de rosa como se pinta nas histórias de embalar. Tem os seus momentos, que por si são dávidas. É o que acho.

“Love is what it is, It just is”. And life too.

Penso que vale a pena viver o momento recusando-se a imaginar um futuro, pois esse não se prevê. Ou pelo menos totalmente. E é isso que me faz adorar mais viver. A imprevisibilidade da vida fascina-me.

Irónico estar a pensar estas grandes questões que se viram para um futuro de algo. Mas foi inevitável.

Há situações na vida que nos fazem reflectir sobre questões, mesmo que não sejam passadas na pele.

A missão de cada um será amar, seguir, lutar, viver. E viver é sem dúvida um desafio. Logo não pensemos que seja fácil.

CARPE DIEM. E seguir aquilo que somos, tentando tornar-nos o melhor que pudermos. Recordando o bom daquilo que vivemos.

E pronto… palavras para quê? Vou mas é parar com estas preocupações e seguir. O que virá virá. É o fatum. O NOSSO fatum.

E por isso, “façam o favor de serem felizes!”